Totem na 3ª Mostra Capiba de Teatro

Foto: Uirado

O Totem estréia neste sábado o novíssimo “Sob um Céu de Concreto” encerrando a 3ª Mostra Capiba de Teatro - SESC Casa Amarela, espetáculo livremente baseado na obra poética de Charles Bukowski. Há um tempo o Totem vem estudando a obra do Velho Buk (escritor único, marginal(izado), antiacadêmico, anarquista), e realizando criações desde 2006 quando montou “Como Uma Lua Alta Sobre a Impossibilidade”. Este ano o grupo realizou as performances “Ao Sul de Lugar Nenhum”, “Essa Loucura Roubada”, “Bluebird”, “Estranha Desordem no Coração da Noite” e “O Amor é Um Cão dos Diabos”. “Sob Um Céu de Concreto” de certa forma é a simbiose de todos os trabalhos anteriores.
Os poemas de Bukowski trazem reflexões profundas sobre a vida, o sistema político e social. O Velho Buk está para além dos aspectos mais folclóricos de sua obra – como o sexo e a bebedeira. Há algo de direto no estilo do Bukowski de honestidade, de desapego, algo que fala para a solidão dos que vivem na cidade. Neste trabalho o Totem celebra mais o escritor, o poeta do que o outsider.
A face menos conhecida de Bukowski no Brasil é justamente a de poeta. Desde que se tornou conhecido por aqui, as editoras deram sempre ênfase à produção em prosa do escritor, negligenciando sua poesia. Seu sucesso como poeta na América e na Europa era tamanho que, diz a lenda, o filósofo Jean- Paul Sartre teria dito, nos anos 1970, que Bukowski era “o maior poeta vivo da atualidade”. Para muitos os poemas são muito melhores que a prosa. Ele consegue pegar qualquer fato das ruas, por mais banal ou mundano que seja, como também as noites com seus arquétipos e transformar em arte. Justamente pela sua capacidade em pegar o trivial e transformar em análise humana.

O Totem tomou a obra de Bukowski, feita de palavras, como um pretexto para realizar seu teatro que utiliza pedaços de textos, a fluidez entre as linguagens, a ritualidade. Muitos poemas foram ponto de partida para a criação de partituras corporais, visuais e sonoras. Não há desdobramento de enredo, o grupo procura a criação de estados e composições cênicas. O espetáculo é mostrado como uma sucessão de composições, que envolvem projeções, vídeo (uma experiência de teatro cinema), música atonal (ao vivo) impregnando a cena de energia, e a presença do performer. O espetáculo conta com uma cenografia construída por Eduardo Sousa a partir da instalação Capítulo Um (ligada à idéia de apropriação de objetos), do artista plástico Marcelo Silveira, que Eduardo Sousa resignificou a partir de nova organização no espaço e o diálogo com projeções.

Em cena: Almir Rodrigues, Eloíza Leal, Felipe Lucena, Inaê Veríssimo, Lau Veríssimo Tatiana Pedrosa e Taína Veríssimo. Catarina Brandão assina o desenho de luz, Irma Brown (vídeo) e Eduardo Sousa (cenografia). O trabalho corporal do grupo é de responsabilidade de Lau Veríssimo. Música do guitarrista Mário Sérgio, que faz a direção musical, e Fred Nascimento, coordenador geral do espetáculo.


Ecos de Caosmopolita no Seminário Nacional Arte na Escola

Taína Veríssimo, por Leo Marinho

Embora já tenha passado um mês, vale registrar a apresentação de Caosmopolita no Seminário Nacional da Rede Arte na Escola da Fundação Iochpe. Foi uma reestréia do espetáculo, com novas composições cênicas, novo roteiro, novo figurino e uma música de pura energia e potência. Enfim, Caosmopolita em nova forma. O público em sua maioria era formado por professores de arte de todos os estados do Brasil, participantes do Seminário, estudantes e professores da UFPE, e estudantes de teatro da EMAJP.


Gabi (cima) - Lau (dentro) - Inaê (chão), por Uirado




Detalhe, por Leo Marinho



Caosmopolita na UFPE






Para quem deseja (re)ver Caosmopolita, o Totem estará se apresentando no XXIII Encontro Nacional da Rede Arte na Escola, no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE

Data: 14/10/09
Horário: 17:30
Local: Teatro Milton Bacarelli, CAC-UFPE
Informações sobre o XIII Encontro Nacional da Rede Arte na Escola clique aqui

Totem promoveu "Rave Silenciosa" no SALÃO DOS SPACUSADOS


Exposição de projetos não selecionados paras as bolsas de incentivo oferecidas anualmente pelo SPA das Artes, o 1º SALÃO DOS SPACUSADOS (que faz alusão ao Salon des Refusés - Salão dos Recusados - de 1863) reuniu diversos trabalhos nos últimos dias 16, 17 e 18.

Dentre os trabalhos apresentados, o Grupo Totem e o Coletivo Individual promoveram a Rave Silenciosa. Propondo que cada pessoa estivesse com um aparelho eletrônico de música (mp3, mp4, mp5...) ouvindo a sua música preferida, mais agitada, mais dançante, para dançar e se divertir, numa verdadeira rave coletiva com sons individuais...

O Salão foi uma iniciativa do Grupo THAF, com toda a programação gratuita, no SESC Santa Rita.

O Velho Buk "foi" ao Pasárgada

Fotos: Eloiza Leal
O Totem foi ao Pasárgada e juntou cinema e performance! Foram exibidos filmes produzidos a partir de adaptações da obra de Bukowski; performances do Totem (que são laboratórios abertos de construção do seu próximo espetáculo, baseadas livremente na obra do escritor norte-americano, funcionando como mote para criação do grupo, com adaptações livres, fragmentadas, com o uso de técnicas de colagem) e realizados debates sobre o processo de criação do Totem e o universo bukowskiano.
No primeiro dia foi exibido o filme "Factotum", de Bent Hamer. Na sexta-feia seguinte “Barfly” (1987) de Barbet Schroder, com argumento escrito pelo próprio Bukowski. E na última semana, "Crônicas de um Amor Louco", de Marco Ferreri.


Performances:


"Bluebird" - Priorizou o trabalho corporal, o movimento. Finalizando com um debate com Liana Gesteira (RecorDança) e Fred Nascimento (Totem).


Inaê Veríssimo e Gabriela Cabral


"Estranha Desordem no Coração da Noite" - Foco sonoro, com experimentações atonais, a cargo de Mário Sérgio e Fred Nascimento. Fechou a noite com as considerações de Eduardo Sousa, artista plástico e designer de exposições.

Taína Veríssimo

Lau Veríssimo e Felipe Lucena.


"O Amor é um Cão dos Diabos" - Uma experiência do Totem envolvendo vídeo e performance ao vivo. Com cenas em vídeo construídas a partir de idéias desenvolvidas nos laboratórios do Totem e com as gravações sob a batuta de Irma Brown. O debate da noite foi com Alexandre Figueirôa (jornalista, professor e crítico de cinema) e Vavá Paulino (ator/performer, diretor e autor teatral).





Debate: Liana Gesteira (RecorDança) e Fred Nascimento (Totem)





A obra do Velho Buk é ácida e afiada, voltada para a crítica ao moralismo e puritanismo norte-americano e para o universo dos excluídos daquele modelo “perfeito” de sociedade. É justamente a obra poética de Bukowski, a sua face mais desconhecida no Brasil, que o Totem está mergulhado, buscando “pescar” elementos possíveis de redenção no ordinário ou trivial. É justamente na poesia que o poeta assumidamente niilista revela contornos mais humanistas na sua poética. Uma poesia que te permite “atravessar as ruas da morte”. Poesia que às vezes pode “emoldurar a agonia e pendurá-la na parede”. Uma poesia inesperada como a “faca de um mendigo”. O Totem está descortinando um Bukowski diferente daquele das comunidades do Orkut em que se enfatiza apenas o que virou clichê de peitos e bundas, o que pode ter desapontado as pessoas que fazem uma leitura rasa da obra de Bukowski. Temas como a solidão, o isolamento, o ceticismo, o cinismo a crítica social estiveram e continuarão presentes nas performances do Totem, com uma boa dose de ironia e loucura.

O Velho Buk Foi Pra Pasárgada”

 




Depois de 17 anos o Grupo Totem volta a se apresentar no Espaço Pasárgada, pois foi lá em 1991 que o Totem fez a estréia de “Ita”, que se situa entre os seus melhores espetáculos. O Totem volta ao Pasárgada juntando cinema e performance. Atualmente o grupo vem fazendo verdadeiros laboratórios abertos, a série de performances que o Totem irá apresentar no Espaço Pasárgada no mês de agosto sob o título “O Velho Buk Foi Pra Pasárgada”, é mais uma ação dentro do processo de construção do seu próximo espetáculo baseado livremente na obra do escritor norte americano Charles Bukowski, muito embora a obra do escritor na verdade seja a porta de entrada para a criação do grupo, pois as adaptações são livres, fragmentadas, com o uso de técnicas de colagem. Nas noites do projeto “O Velho Buk Foi Embora Prá Pasárgada” as performances serão muito bem acompanhadas por filmes que foram produzidos a partir de adaptações da obra de Bukowski, como o romance “Factotum” que virou filme sob a direção de Bent Hamer e será exibido no primeiro dia, logo após o filme o Totem apresentará a performance “Bluebird”, baseada em poema homônimo, que resultou num impecável  trabalho corporal de Lau Veríssimo, encerrando o encontro teremos os comentários de Liana Gesteira bailarina e pesquisadora do RecorDança e Fred Nascimento professor e diretor de teatro, inclusive do próprio Totem.

Na segunda semana será exibido filme Barfly de Barbet Schroeder, filme construdo a partir da adaptação de contos, em seguida o Totem mostra “Estranha Desordem no Coração da Noite” onde o foco será musical com a participação do guitarrista Mário Sérgio e das performers Gabriela Cabral Tatiana Pedrosa. Fechando a noite com as considerações de Eduardo Sousa, artista plástico e designer de exposições e Galego, produtor e videoasta.

Na última semana será a vez do filme “Crônica do Amor Louco” de Marco Ferreri, um cult dos anos 80, também construído a partir de alguns contos de Bukowski, seguido da performance “O Amor é Um Cão dos Diabos”, uma experiência do Totem envolvendo vídeo e performance ao vivo. Com cenas em vídeo construídas a partir de idéias desenvolvidas nos laboratórios do Totem e com as gravações sob a batuta de Irma Brown. O debate dessa noite será com Alexandre Figueirôa jornalista, professor e crítico de cinema e Vavá Paulino, ator/performer, diretor e autor teatral.

 

Programa

Dia 7 de agosto – sexta-feira às 19:00

Filme: “Factotum” – Baseado na Obra de Charles Bukowski, direção de Bent                       Hamer

Performance: “Bluebird”- Grupo Totem, direção de Fred Nascimento

Debatedores: Fred Nascimento e Liana Gesteira

 

Dia 14 de agosto – sexta-feira às 19:00

Filme: “Barfly” – Baseado na Obra de Charles Bukowski, direção de Barbet Schroeder

Performance: “Estranha Desordem no Coração da Noite”- Grupo Totem, direção de                                 Fred Nascimento

Debatedores: Eduardo Souza e Galego

 

Dia 21 de agosto – sexta-feira às 19:00

Filme: “Crônica do Amor Louco” – Baseado na Obra de Charles Bukowski, direção de Marco Ferreri

Performance: “O Amor é Um Cão dos Diabos”- Grupo Totem, direção de Fred Nascimento

Debatedores: Alexandre Figueirôa e Vavá Paulino

Aberto ao público em geral.

 

Espaço Pasárgada, R da União, 263 – Recife – PE. Telefones: 3184 3091 / 3092


Essa Loucura Roubada Que Não Desejo a Ninguém a Não Ser a Mim Mesmo, Amém

Dia 31 de julho o Totem faz mais uma performance baseada em Bukowski, chama-se “Essa Loucura Roubada Que Não Desejo a Ninguém a Não Ser a Mim Mesmo, Amém”, é uma performance composta por três performances que serão apresentadas simultaneamente em três espaços distintos. A apresentação será na Galeria Mau Mau que fica na Rua Nicarágua, 173 no Espinheiro.

FILTE 2009

O Totem estará no FILTE 2009 com os seguintes trabalhos:

“Core-O-grafia-H” - performatizada no dia 12/09 nas praias:
Barra às 11:00
Porto às 13:00
Jardim dos Namorados às 15:00

E a apresentação de “Caosmopolita” será no dia 13/09 no Teatro Martin Gonçalvez – Teatro da UFBA às 17:00.


Maiores Informações sobre o FILTE 2009: http://www.ocoteatro.com.br/FILTE%202009.html

Festival de Inverno de Garanhuns 2009




“Seis Cenários à Procura de Um Personagem de Pirandello” está na programação do Festival de Inverno de Garanhuns, é mais um trabalho do Totem junto à Daniel Santiago, autor da idéia, o Totem é o viabilizador, o performador. Daniel nos deu carta branca para apresentarmos o projeto, e o projeto entrou. Será no dia 24 de julho (sexta-feira) a partir das 15:00 no Parque Euclides Dourado, de lá os “Seis Cenários...” fará uma caminhada pela cidade de Garanhuns procurando os personagens de Pirandello. É uma performance essencialmente visual.

Performances poéticas: Ao Sul de Lugar Nenhum


O grupo Totem está estudando a obra de Charles Bukowski (escritor único, marginal(izado), antiacadêmico, anarquista) e em sua pesquisa elaborou "performances poéticas" baseadas no universo bukowskiano, principalmente nos seus poemas. Essas performances serão realizadas em diversos locais, entre eles o Espaço Pasárgada, o Brando do Olho, Centro Cultural Luiz Freire, Escola Pernambucana de Circo, Alto José do Pinho, entre outros a confirmar.



A primeira exibição da performance, intitulada "Ao Sul de Lugar Nenhum", será nesta segunda, 15 de junho, às 19horas, na abertura do projeto "A Porta Aberta", ano 10.

LOCAL: Teatro João Pernambuco, na EMAJP
Av Barão de Muribeca, 116. Várzea, Recife. Próximo à Praça da Várzea.
































As performances serão laboratórios abertos, onde se formatará o novo espetáculo do
Totem que estréia no próximo semestre.







Festival Universitário de Artes Cênicas de Goiás - FUGA 2009

O II Festival Universitário de Artes Cênicas de Goiás, o FUGA, ocorrerá entre o período de 14 a 21 de novembro de 2009 e terá a participação do grupo TOTEM. O evento terá espetáculos, oficinas, performances, palestras, debates e exibição de vídeos. A Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da Universidade Federal de Goiás é quem realiza o Festival com a colaboração de dos seus alunos e professores.

Totem é convidado para participar do FILTE 2009


O grupo está na lista dos convidados para participar do Festival Latino-Americano de Teatro da Bahia, ao lado de grupos como: Teatro Avante (Estados Un
idos), Danza Abierta (Cuba) e Teatro Malayerba (Equador).
Mais detalhes do festival:
Oco Teatro


Grupo Malayerba. Equador. Arte, sintonia e muitos anos de trabalho.




Core-O-grafia-H vai ao FILTE 2009

Performance com Daniel Santiago e Grupo Totem


Daniel Santiago é um decano da arte performance no Brasil, referência para os artistas mais novos. Neste ano participou da performance do Totem “O Nicho” no FIG – Garanhuns e na Festa da Renascença em Pesqueira, além de ter participado da última edição do SPA com “As Noivas de Dom Gatão”, performatizada no Pátio de São Pedro. Já o Grupo Totem, que em 2008 completou 20 anos de atividades artísticas, faz uma arte híbrida, com espetáculos cênicos onde mesclam teatro performático, dança contemporânea, teatro dança e performances. Como também peformances mais teatrais elaboradas tanto para lugares fechados como performances mais ligadas ao campo visual sem deixar de serem cênicas, interativas, de intervenção elaboradas para espaços urbanos como “Cinco Performances em Um Ato”, “O Nicho” e o “Mantoparangolé”, esta livremente inspirada em Hélio Oiticica e Arthur Bispo do Rosário. Em julho/agosto desse ano Fred Nascimento e Lau Veríssimo, diretores do Totem, deram a oficina “A Arte Performance e o Corpo” no CFAV, que resultou em quatro performances realizadas pelos participantes no centro do Recife.

Os trabalhos conjuntos de Daniel Santiago e o Totem, já vem de longas datas, ainda na década de 90 realizaram “Palmas na Rua da Palma”, depois, na época do Espaço Totem foi a vez de “Seis Cenários à Procura de Um Personagem de Pirandello”, em 2007 fizeram O Enterro da Última Quimera. A “Core-O-grafia-H foi realizada nos arrecifes da praia de Boa Viagem, no trecho que está localizado em frente ao Recife Palace, em 29 de novembro a partir das 9:00 da manhã.

“Esta performance, Core-O-grafia-H, foi criada em 1977 ou 1978, é como uma reverência aos "parangolés" do artista plástico Hélio Oiticica que esteve no Recife a convite do Festival de Inverno da Universidade Católica de Pernambuco. No título da performance Core-O-grafia-H, o "O" é Oiticica e o "H" é Hélio, diz o próprio Daniel. O tempo correu e em 1982 Core-O-grafia-H virou projeto enviado para o V SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS FUNARTE no Rio de Janeiro, foi aprovado, mas não foi possível sua realização, por uma série de problemas. Agora com o Totem e artistas convidados, coordenados por Fred Nascimento e Lau Veríssimo, a “Core-O-grafia-H” tomou fôlego e forma. Em Recife foi performatizada com a participação do próprio Daniel Santiago; mais o Totem: Fred Nascimento, Lau Veríssimo, Gabí Cabral, Aracelly Firmo, Inaê Veríssimo, Tatiana Pedrosa, Taína Veríssimo, e alguns convidados como Ana Elizabeth Japiá, Catarina Brandão, Flávia Pinheiro, Patrícia Barreto, Paula Fonsêca, Ronaldo Pereira, Renato Paraná, Márcia Virgínia, Márcia Olívia, Guilherme Oliveira, Mariana Olívia, Priscila Figueirôa.

Performance “Core-O-grafia-H”

Com Daniel Santiago e Grupo Totem,

coord. de Lau Veríssimo

e Fred Nascimento





Praia de Boa Viagem, Recife
Novembro/2008


Praia de Boa Viagem, Recife

Novembro/2008



Reentrância - O NICHO

Performance interativa/objeto/intervenção-visual-corpórea


Reentrância – O Nicho é uma performance ritual, uma interferência no cotidiano, uma intervenção na paisagem, uma instauração de situação, um ato. Com “O Nicho”, o Totem propõe uma experimentação de linguagem onde o imbricamento do visual ao corpóreo, aliado à interação com o público, é o fator principal para a realização da performance.

"O Nicho" foi inspirado nos nichos encontrados nas igrejas e catedrais, no qual são colocadas imagens consideradas “sagradas”, a performance busca discutir a sacralização e a desacralização, pois ao se instalar o nicho em local público, cria-se um paradoxo, isto é, ao mesmo tempo que se desconstrói o conceito de “nicho” como um lugar sagrado, faz da rua e do “Nicho” um novo lugar sagrado, trazendo o sagrado para a rua, para o comum, pois agora ocupado pelo público, por qualquer pessoa, que ao ocupar o Nicho, assumindo posturas, personas, mesmo que por apenas alguns instantes, será elevado à categoria de sagrado, digno de ser admirado.
Interagir, interferir, convidar, reativar circuitos internos e externos, tocar em regiões longícuas do inconsciente, brincar com o tempo, partir de um espaço real em direção a um espaço imaginário. Um trabalho que propõe às pessoas entrarem no “nicho”, e ao fazê-lo estarão reentrando em espaços internos, brincando com a memória, a fantasia e o imaginário. Reencontrando um lugar longínquo.


· II SPA das ARTES – Recife 2004

· XVIII Festival de Inverno de Garanhuns/PE – 2008

· VIII Festa de renascença – Pesqueira/PE – 2008

· Oficina ministrada por Fred Nascimento e Lau Veríssimo no Projeto de Formação de Professores “Arte na Escola”, Sec de Educação/PE. Recife 2008.


Festival de Inverno de Garanhuns, 2008

Festival de Inverno de Garanhuns, 2008



SPA das Artes, 2004


SPA das Artes, 2004

Como uma Lua Alta Sobre a Impossibilidade


Almir Rodrigues como Bukowski


SINOPSE

O texto espetacular de “Como uma Lua Alta Sobre a Impossibilidade”, resulta do imbricamento de elementos e códigos do teatro e dança contemporâneos e da arte performance sob a ótica da collage. A cena coloca Bukowski num lugar indeterminado, “um lugar nenhum”, que remete a um quarto, uma sala, um escritório, podendo ser apenas um lugar da memória. Poucos objetos de cena, uma mesinha, garrafas, uma máquina de escrever. Ele dialoga com personas de mulheres que povoaram sua vida, com o público, consigo mesmo. Partindo de um texto não dramático, poético, fragmentado, onde fala sobre a possibilidade e a impossibilidade do amor, do problema existencial: dor, arte, solidão, vida e morte. Fala também de pessoas comuns, os perdidos, os excluídos. Sem esquecer do cinismo, da ironia e do niilismo, tão comuns na obra de Bukowski.

PROPOSTA/ARGUMENTO

“Como uma Lua Alta Sobre a Impossibilidade” baseia-se na obra do genial escritor/poeta alternativo americano, um dos autores mais significantes da literatura marginal, Charles Bukowski. O Totem montou uma encenação de fronteira, como é comum ao grupo, teatral/performática, descontínua, trabalhando tensão, intensão e gesto.

Um espetáculo contemporâneo que procura traduzir numa breve cena uma pequena parcela do universo bukowskiano. A vadiagem transformada em arte. As bebedeiras como poesia. As reflexões sobre a arte e a vida. O universo bukowskiano é o universo dos bêbados, dos miseráveis, dos excluídos, dos perdedores, das prostitutas, dos depravados, dos desesperados, e das mulheres loucas e impetuosas, das loucas e gloriosas, das loucas e decadentes, mulheres, mulheres e mulheres. E deste mundo ele colheu, com simplicidade, poesia. Falando também dos excluídos de todas as categorias, colocando-se ao lado daqueles que não fazem parte do “sonho americano”. O espetáculo mergulha no ser humano, e duplica a figura do poeta, entre ele e sua “consciência”. Como escritor Bukowski muitas vezes lançou mão de Henry Shinaski, seu alter ego. Na cena existem alternâncias de foco entre ele e sua consciência. Há momentos de diálogos e de solilóquios, ele interage consigo, com as mulheres e com o público.






Tatiana Pedrosa e Lau Veríssimo


Almir Rodrigues e Lau Veríssimo

CAOSMOPOLITA

O Totem persegue uma linguagem que permita mutações nas antigas formas e a abertura de espaços a novas explorações, espaço que transborda para além das superfícies tradicionais. Seus espetáculos não são construídos a partir de textos dramáticos. Sua trajetória já dura vinte anos, numa cidade dividida entre os apegos às tradições culturais e de aspirações à pós-modernidade. As bases do seu trabalho fincadas em alguns pontos do pensamento filosófico de Nietzsche, outras vêem de alguns pontos da psicologia junguiana, como também da Antropofagia Cultural propagada por Oswald de Andrade. Na construção de seu trabalho há de se considerar duas principais influências: Antonin Artaud e Pina Bausch.

Caosmopolita situa-se na fronteira entre o teatro físico, o teatro performático contemporâneo e o teatro/dança. Tem como base a psicologia arquetípica pós Junguiana de James Hillman, tendo a imagem como um dos seus principais focos e o corpo como o motor da obra. O espetáculo também contém princípios da Teoria do Caos, que não é determinante, mas é um dos pilares que sustenta o espetáculo, e os Fundamentos do Kaos de Jorge Mautner. O caos urbano em que vivemos, de corpo e alma, é o ponto de partida do espetáculo, mas sabemos que, o que vemos nas ruas, o que está à mostra, é apenas uma parte da vida dos habitantes da urbe polifônica, a outra parte esta por dentro dos seus habitantes. Tomando o corpo como pedra de toque do espetáculo, trabalhamos: gestos, posturas e enlaces, atuando sobre ações humanas cotidianas, recriando-as artisticamente. Não se conta uma história, as cenas se sucedem, mas são independentes, são fragmentos do caosmopolitanismo. Trabalhou-se também o corpo como reflexo do ambiente, versus o corpo como representação de subjetividades, mediado pela cidade. Corpo, que é carregado de dramaturgia, trabalhamos na direção do universo psicofísico do ator/performer, a memória corporal como matéria-prima para a cena, que em Caosmopolita está simbiotizado com o corpo dos habitantes da urbe, manipulados e moldados pelos poderes da sociedade: educação, religião, política. Em cena temos o corpo do ator/performer como discurso político, como corporificação da cultura caosmopolitana e de subjetividades. A cidade também é traduzida em paisagem sonora, executada ao vivo.


CAOSMOPOLITA NO YOUTUBE


Criação coletiva e roteiro: Totem

Performers: Aracelly Firmo, Gabí Cabral, Inaê Veríssimo, Lau Veríssimo, Leonardo Chagas e Taína Veríssimo

Preparação corporal: Lau Veríssimo

Figurino: Maíra Caldeira

Maquiagem: Tatiana Pedrosa

Iluminação: Eron Villar

Cenografia: Art.Monta Design/Eduardo Souza

Imagens: Claudia Rangel, Felipe Lucena, Raul Kavamura e Josivan Rodrigues

Música: Cauê Nascimento, Fred Nascimento e Thiago Lasserre

Fotografia: Lívia de Melo

Produção: Lívia de Melo e Totem

Contra Regra: Rodrigo Oliveira

Direção: Fred Nascimento


“Se eu não acreditasse nas imagens místicas do meu coração, não poderia dar-lhes vida”. Antonin Artaud



Aracelly Firmo

Gabi Cabral


Gabi Cabral, Cauê Nascimento e Lau Veríssimo


Gabi Cabral, Lau Veríssimo e Taína Veríssimo


Inaê Veríssimo


Aracelly Firmo


Taína Veríssimo