Reentrância - O NICHO

Performance interativa/objeto/intervenção-visual-corpórea


Reentrância – O Nicho é uma performance ritual, uma interferência no cotidiano, uma intervenção na paisagem, uma instauração de situação, um ato. Com “O Nicho”, o Totem propõe uma experimentação de linguagem onde o imbricamento do visual ao corpóreo, aliado à interação com o público, é o fator principal para a realização da performance.

"O Nicho" foi inspirado nos nichos encontrados nas igrejas e catedrais, no qual são colocadas imagens consideradas “sagradas”, a performance busca discutir a sacralização e a desacralização, pois ao se instalar o nicho em local público, cria-se um paradoxo, isto é, ao mesmo tempo que se desconstrói o conceito de “nicho” como um lugar sagrado, faz da rua e do “Nicho” um novo lugar sagrado, trazendo o sagrado para a rua, para o comum, pois agora ocupado pelo público, por qualquer pessoa, que ao ocupar o Nicho, assumindo posturas, personas, mesmo que por apenas alguns instantes, será elevado à categoria de sagrado, digno de ser admirado.
Interagir, interferir, convidar, reativar circuitos internos e externos, tocar em regiões longícuas do inconsciente, brincar com o tempo, partir de um espaço real em direção a um espaço imaginário. Um trabalho que propõe às pessoas entrarem no “nicho”, e ao fazê-lo estarão reentrando em espaços internos, brincando com a memória, a fantasia e o imaginário. Reencontrando um lugar longínquo.


· II SPA das ARTES – Recife 2004

· XVIII Festival de Inverno de Garanhuns/PE – 2008

· VIII Festa de renascença – Pesqueira/PE – 2008

· Oficina ministrada por Fred Nascimento e Lau Veríssimo no Projeto de Formação de Professores “Arte na Escola”, Sec de Educação/PE. Recife 2008.


Festival de Inverno de Garanhuns, 2008

Festival de Inverno de Garanhuns, 2008



SPA das Artes, 2004


SPA das Artes, 2004

Como uma Lua Alta Sobre a Impossibilidade


Almir Rodrigues como Bukowski


SINOPSE

O texto espetacular de “Como uma Lua Alta Sobre a Impossibilidade”, resulta do imbricamento de elementos e códigos do teatro e dança contemporâneos e da arte performance sob a ótica da collage. A cena coloca Bukowski num lugar indeterminado, “um lugar nenhum”, que remete a um quarto, uma sala, um escritório, podendo ser apenas um lugar da memória. Poucos objetos de cena, uma mesinha, garrafas, uma máquina de escrever. Ele dialoga com personas de mulheres que povoaram sua vida, com o público, consigo mesmo. Partindo de um texto não dramático, poético, fragmentado, onde fala sobre a possibilidade e a impossibilidade do amor, do problema existencial: dor, arte, solidão, vida e morte. Fala também de pessoas comuns, os perdidos, os excluídos. Sem esquecer do cinismo, da ironia e do niilismo, tão comuns na obra de Bukowski.

PROPOSTA/ARGUMENTO

“Como uma Lua Alta Sobre a Impossibilidade” baseia-se na obra do genial escritor/poeta alternativo americano, um dos autores mais significantes da literatura marginal, Charles Bukowski. O Totem montou uma encenação de fronteira, como é comum ao grupo, teatral/performática, descontínua, trabalhando tensão, intensão e gesto.

Um espetáculo contemporâneo que procura traduzir numa breve cena uma pequena parcela do universo bukowskiano. A vadiagem transformada em arte. As bebedeiras como poesia. As reflexões sobre a arte e a vida. O universo bukowskiano é o universo dos bêbados, dos miseráveis, dos excluídos, dos perdedores, das prostitutas, dos depravados, dos desesperados, e das mulheres loucas e impetuosas, das loucas e gloriosas, das loucas e decadentes, mulheres, mulheres e mulheres. E deste mundo ele colheu, com simplicidade, poesia. Falando também dos excluídos de todas as categorias, colocando-se ao lado daqueles que não fazem parte do “sonho americano”. O espetáculo mergulha no ser humano, e duplica a figura do poeta, entre ele e sua “consciência”. Como escritor Bukowski muitas vezes lançou mão de Henry Shinaski, seu alter ego. Na cena existem alternâncias de foco entre ele e sua consciência. Há momentos de diálogos e de solilóquios, ele interage consigo, com as mulheres e com o público.






Tatiana Pedrosa e Lau Veríssimo


Almir Rodrigues e Lau Veríssimo

CAOSMOPOLITA

O Totem persegue uma linguagem que permita mutações nas antigas formas e a abertura de espaços a novas explorações, espaço que transborda para além das superfícies tradicionais. Seus espetáculos não são construídos a partir de textos dramáticos. Sua trajetória já dura vinte anos, numa cidade dividida entre os apegos às tradições culturais e de aspirações à pós-modernidade. As bases do seu trabalho fincadas em alguns pontos do pensamento filosófico de Nietzsche, outras vêem de alguns pontos da psicologia junguiana, como também da Antropofagia Cultural propagada por Oswald de Andrade. Na construção de seu trabalho há de se considerar duas principais influências: Antonin Artaud e Pina Bausch.

Caosmopolita situa-se na fronteira entre o teatro físico, o teatro performático contemporâneo e o teatro/dança. Tem como base a psicologia arquetípica pós Junguiana de James Hillman, tendo a imagem como um dos seus principais focos e o corpo como o motor da obra. O espetáculo também contém princípios da Teoria do Caos, que não é determinante, mas é um dos pilares que sustenta o espetáculo, e os Fundamentos do Kaos de Jorge Mautner. O caos urbano em que vivemos, de corpo e alma, é o ponto de partida do espetáculo, mas sabemos que, o que vemos nas ruas, o que está à mostra, é apenas uma parte da vida dos habitantes da urbe polifônica, a outra parte esta por dentro dos seus habitantes. Tomando o corpo como pedra de toque do espetáculo, trabalhamos: gestos, posturas e enlaces, atuando sobre ações humanas cotidianas, recriando-as artisticamente. Não se conta uma história, as cenas se sucedem, mas são independentes, são fragmentos do caosmopolitanismo. Trabalhou-se também o corpo como reflexo do ambiente, versus o corpo como representação de subjetividades, mediado pela cidade. Corpo, que é carregado de dramaturgia, trabalhamos na direção do universo psicofísico do ator/performer, a memória corporal como matéria-prima para a cena, que em Caosmopolita está simbiotizado com o corpo dos habitantes da urbe, manipulados e moldados pelos poderes da sociedade: educação, religião, política. Em cena temos o corpo do ator/performer como discurso político, como corporificação da cultura caosmopolitana e de subjetividades. A cidade também é traduzida em paisagem sonora, executada ao vivo.


CAOSMOPOLITA NO YOUTUBE


Criação coletiva e roteiro: Totem

Performers: Aracelly Firmo, Gabí Cabral, Inaê Veríssimo, Lau Veríssimo, Leonardo Chagas e Taína Veríssimo

Preparação corporal: Lau Veríssimo

Figurino: Maíra Caldeira

Maquiagem: Tatiana Pedrosa

Iluminação: Eron Villar

Cenografia: Art.Monta Design/Eduardo Souza

Imagens: Claudia Rangel, Felipe Lucena, Raul Kavamura e Josivan Rodrigues

Música: Cauê Nascimento, Fred Nascimento e Thiago Lasserre

Fotografia: Lívia de Melo

Produção: Lívia de Melo e Totem

Contra Regra: Rodrigo Oliveira

Direção: Fred Nascimento


“Se eu não acreditasse nas imagens místicas do meu coração, não poderia dar-lhes vida”. Antonin Artaud



Aracelly Firmo

Gabi Cabral


Gabi Cabral, Cauê Nascimento e Lau Veríssimo


Gabi Cabral, Lau Veríssimo e Taína Veríssimo


Inaê Veríssimo


Aracelly Firmo


Taína Veríssimo