O Totem persegue uma linguagem que permita mutações nas antigas formas e a abertura de espaços a novas explorações, espaço que transborda para além das superfícies tradicionais. Seus espetáculos não são construídos a partir de textos dramáticos. Sua trajetória já dura vinte anos, numa cidade dividida entre os apegos às tradições culturais e de aspirações à pós-modernidade. As bases do seu trabalho fincadas em alguns pontos do pensamento filosófico de Nietzsche, outras vêem de alguns pontos da psicologia junguiana, como também da Antropofagia Cultural propagada por Oswald de Andrade. Na construção de seu trabalho há de se considerar duas principais influências: Antonin Artaud e Pina Bausch.
Caosmopolita situa-se na fronteira entre o teatro físico, o teatro performático contemporâneo e o teatro/dança. Tem como base a psicologia arquetípica pós Junguiana de James Hillman, tendo a imagem como um dos seus principais focos e o corpo como o motor da obra. O espetáculo também contém princípios da Teoria do Caos, que não é determinante, mas é um dos pilares que sustenta o espetáculo, e os Fundamentos do Kaos de Jorge Mautner. O caos urbano em que vivemos, de corpo e alma, é o ponto de partida do espetáculo, mas sabemos que, o que vemos nas ruas, o que está à mostra, é apenas uma parte da vida dos habitantes da urbe polifônica, a outra parte esta por dentro dos seus habitantes. Tomando o corpo como pedra de toque do espetáculo, trabalhamos: gestos, posturas e enlaces, atuando sobre ações humanas cotidianas, recriando-as artisticamente. Não se conta uma história, as cenas se sucedem, mas são independentes, são fragmentos do caosmopolitanismo. Trabalhou-se também o corpo como reflexo do ambiente, versus o corpo como representação de subjetividades, mediado pela cidade. Corpo, que é carregado de dramaturgia, trabalhamos na direção do universo psicofísico do ator/performer, a memória corporal como matéria-prima para a cena, que em Caosmopolita está simbiotizado com o corpo dos habitantes da urbe, manipulados e moldados pelos poderes da sociedade: educação, religião, política. Em cena temos o corpo do ator/performer como discurso político, como corporificação da cultura caosmopolitana e de subjetividades. A cidade também é traduzida em paisagem sonora, executada ao vivo.
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Criação coletiva e roteiro: Totem
Performers: Aracelly Firmo, Gabí Cabral, Inaê Veríssimo, Lau Veríssimo, Leonardo Chagas e Taína Veríssimo
Preparação corporal: Lau Veríssimo
Figurino: Maíra Caldeira
Maquiagem: Tatiana Pedrosa
Iluminação: Eron Villar
Cenografia: Art.Monta Design/Eduardo Souza
Imagens: Claudia Rangel, Felipe Lucena, Raul Kavamura e Josivan Rodrigues
Música: Cauê Nascimento, Fred Nascimento e Thiago Lasserre
Fotografia: Lívia de Melo
Produção: Lívia de Melo e Totem
Contra Regra: Rodrigo Oliveira
Direção: Fred Nascimento
“Se eu não acreditasse nas imagens místicas do meu coração, não poderia dar-lhes vida”. Antonin Artaud
Aracelly Firmo
Gabi Cabral
Gabi Cabral, Cauê Nascimento e Lau Veríssimo
Gabi Cabral, Lau Veríssimo e Taína Veríssimo
Inaê Veríssimo
Aracelly Firmo
Taína Veríssimo
taina voce e maravilhosa
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